sábado, 2 de janeiro de 2016

RESENHA | O ALQUIMISTA

O Alquimista/ Paulo Coelho; Rio de Janeiro: Sextante, 2012. 176p 14x21cm.


Paulo Coelho nasceu em 1947, no Rio de Janeiro, trabalhou como diretor e ator de teatro, Jornalista e Compositor antes de se dedicar aos livros. Suas parcerias musicais com Raul Seixas resultaram em clássicos do Rock Brasileiro. Sua obra foi publicada em mais de 170 países e traduzida para 80 idiomas. Juntos seus livros já venderam 210 milhões em todo o mundo.

Eu sou um grande admirador do trabalho de Paulo Coelho, mas nunca tinha lido nada dele. Sempre namorava seus livros nas prateleiras das livrarias. Entretanto, não comprava. Até que me deparei com essa edição de Alquimista, automaticamente, comprei e comecei a ler no mesmo dia. Depois de finalizada a leitura tinha certeza de uma coisa, esse livro é transformador.

O Alquimista nos apresenta a história de Santiago, um pastor de ovelhas que tem como objetivo apenas viajar e pastorear com suas ovelhas até que numa noite ele entra em uma igreja abandonada para descansar com seus rebanho e eis que ele tem um sonho e neste é dito que um grande tesouro o espera nas pirâmides do Egito. Primeiramente, ele ignora e tenta seguir sua rotina normalmente até que encontra um velho rei, na cidade de Tarifa, o qual fala com ele e diz-lhe para seguir seu destino e Santiago vende tudo o que tem para ir a procura do seu tesouro.

A premissa da história é simplória, entretanto como disse acima transformadora, o enredo nos mostra grandes valores como sair da sua zona de conforto, da velha mesmice e seguir em busca de seus sonhos. Muitas vezes, me vir refletido na figura de Santiago, mesmo estando totalmente fora daquela ambientação. É delicioso acompanha a evolução dele e o quanto essa viagem o transforma de um simples pastor e um ser transcendental. 

O livro conversa com você de tal forma que quando você termina, fica meio que em um ócio filosófico, reflexivo, questionando sua lenda pessoal e a busca pelos seus sonhos. O livro é inspirador e sábio e tem um desfecho maravilhoso. Recomendo a todos esse livro, com certeza ele me fez um ser humano melhor, eu sinto que esse foi o momento certo para ler-lo. Sinto que o Santiago e eu compartilhamos das mesmas adversidades, das mesmas provações.

Alex Gilson,
Acadêmico de Jornalismo

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

RESENHA | VOVÓ VIGARISTA

Vovó Vigarista /David Walliams; Ilustração: Tony Ross; Tradução: Edmundo Barreiros- 1. ed - Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 240p. il; 21 cm.


David Walliams é ator, roteirista e autor premiado. Considerado um fenômeno da literatura do infanto juvenil na Inglaterra, recebeu em 2012 o National Book Awards de Melhor Livro Infantil, e suas obras já foram traduzidas para mais de vinte cinco idiomas. Vovó Vigarista é sua estreia no Brasil.

Vovó vigarista começa nos apresentando dois personagens Ben (Benny) e sua avó e o horror de passar suas sextas-feiras ao lado dela. Ben acha ela a avó mais chata do mundo, aquela típica vovozinha de histórias infantis: Só gosta de fazer palavras-cruzadas e comer sopa de reponho que tem cabelos brancos e usa dentadura. Entretanto em uma dessas visitas que tinha tudo para ser mais uma noite entediante, transforma-se completamente quando ele descobre que a velhinha esconde um grande segredo: ela, na verdade, é a 'gata negra', uma ladra de joias de fama internacional.

David tem uma escrita gostosa de ler, o livro conversa com o leitor e flui de maneira sutil e ainda há várias piadinhas e ilustrações que faz você rir. Confesso que o Ben me causou certo desconforto no começo por achar a avó chata e velha coisas típicas de netos, fiquei muito incomodado, creio que foi pelo fato de eu fazer o link com o conto 'Viagem a petrópolis' da Clarice Lispector (faz parta do livro 'A legião estrangeira') e via muito esse neto e sua família abandonando aquela pobre senhora.

Ben também é um garoto de onze anos, incompreendido pelos pais que sonham em ver-lo um grande dançarino profissional e estrelando em grande programas de Tv, enquanto ele apenas almeja ser um encanado, ele sente que os país são mais apaixonadas pela dança de salão e o Flavio (dançarino e apresentando do dancing with the stars).

O desenvolvimento da história flui e agora a pobre velhinha é uma ladra de joias internacional e ai Ben começa a enxergar a avó com outros olhos. Eles planejaram roubar as joias da coroa. Agora chegando próximo ao desfecho da história acontece algo surpreendente, um plot twist inacreditável que me deixou boquiaberto e foi um dos desfechos me deixou puramente tocado, não ficava assim desde 'o extraordinário', eu que antes fiquei com receios por fazer a analogia à Lispector. Agora estava maravilhado, super índico esse livro, não somente para seu público que é o infanto juvenil, mas para todas as idades, este livro é um ensinamento e te mostra valores que cada um deveria ter consigo e principalmente nos ensina a respeitar a melhor idade. 

Você verá a Rainha de um jeito que nunca viu, afinal ela também é uma vovó vigarista!

Alex Gilson Nascimento da Costa,
Acadêmico de Jornalismo

*Plot twist: é uma mudança radical na direção esperada ou prevista da narrativa de um romance, filme, série de televisão, quadrinho, jogo eletrônico ou outra obra narrativa.






terça-feira, 8 de dezembro de 2015

RESENHA | PLANETA DOS MACACOS

Boulle, Pierre, 1912-1994. Planeta dos Macacos; Tradução: André Telles; São Paulo: Aleph,2015.


Pierre Boulle nasceu em 1912, na França. Além de o planeta dos macacos, é conhecido por outro título também adaptado ao cinema, A ponte do rio Kwai. Formou-se engenheiro, trabalhou como técnico na Asía durante boa parte da década de 1930 e alistou-se no exército francês durante a segunda guerra mundial, servindo como agente secreto.

Em um futuro não muito distante, três astronautas pousam em um planeta bastante parecido com a terra, repleto de florestas luxuriantes e com clima ameno e ar perfeitamente respirável. Mas esse lugar ,um perfeito paraíso, não é o que parece. Em pouco tempo, os desbravadores do espaço descobrem a terrível verdade; nesse mundo, seus pares humanos não passam de bestas selvagens a serviço da espécie dominante... OS MACACOS.

Boulle nos surpreende com uma narrativa única, onde há uma mistura de romance com física pura, confesso que não gostei logo de inicio, mas os termos apresentados por ele meio que qualifica o enredo interestelar. Além disso, ele nos prova que não é necessário a criação de ambientes fora do comum para se ter uma ótima ambientação, creio que o final da história torna-se previsível para quem ler, entretanto digo-lhes. O final é surpreendente, totalmente diferente da produção cinematográfica de  1968, muito mais impactante. 

O planeta dos macacos é o romance dos questionamentos, dos egos inflados e de boas pitadas de sátira, nele Boulle nos leva a analisar as questões mais antigas da humanidade: O que define o homem? O que nos diferencia dos animais? Quem são os verdadeiros inimigos de nossa espécie?

O filme clássico consegue captar a essência do  livro e super índico, assim como este livro que é tão curto, mas tão intenso. No livro há ainda conteúdos complementares como uma entrevista a respeito do livro com o próprio autor e ainda um pouco de sua história que por sinal é muito interessante de engenheiro técnico, escritor a espião na segunda guerra. 

sábado, 21 de novembro de 2015

JOGOS VORAZES: A ESPERANÇA (O FILME É MELHOR QUE O LIVRO).


Jogos Vorazes: A esperança- O final.

Lançamento: 16 de novembro; dirigido por: Francis Lawrence; Gênero: Aventura, Ficção Cientifica, guerra.

Sinopse: Ainda se recuperando do choque de ver Peeta (Josh Hutcherson) contra si, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é enviada ao Distrito 2 pela presidente Coin (Julianne Moore). Lá ela ajuda a convencer os moradores locais a se rebelarem contra a Capital. Com todos os distritos unidos, tem início o ataque decisivo contra o presidente Snow (Donald Sutherland). Só que Katniss tem seus próprios planos para o combate e, para levá-los adiante, precisa da ajuda de Gale (Liam Hemsworth), Finnick (Sam Claflin), Cressida (Natalie Dormer), Pollux (Elder Henson) e do próprio Peeta, enviado para compôr sua equipe.

Jogos Vorazes foi baseado no livro de Suzana Collins que segundo ela é como uma cocha feita com vários retalhos, misturando várias referencias. Teve inspiração com base no mito Teseu e o Minotauro. Além da clara alusão aos 24 tributos indo para a arena, uma punição para os distritos..., de acordo com a própria Suzanne, a protagonista da série, Katniss, é como um Teseu futurista, mas não termina aí, Suzanne Collins também encontrou bases na Roma Antiga. 

Preste atenção em alguns trechos retirados do Wikipédia sobre gladiadores (escravos obrigados a lutar): "eles se enfrentavam para entreter o público", "só terminava quando um deles morria" e "faziam parte da política pão e circo". E, para quem não sabe, foi da política do pão e circo que surgiu o nome do "país" onde tudo acontece, Panem. "Pão e circo" vem do latim "panem et circenses"* (ou "panis et circenses").

Dentre os filmes adaptados a esperança é o melhor, sei que ele não tem muita ação e muitos vão discorda e dizer que o 'em chamas' foi melhor, mas digo por que o esperança cativou-me. Pelo seguinte fato que ele supriu minhas frustrações sobre o livro e conseguiu consertar algumas coisas que ficaram fora do lugar. O livro é arrastado e o filme foi mais dinâmico, alias o filme foi demasiadamente fiel ao livro, mas o rumo como o diretor conduziu a história foi incrível. 

Um ponto negativo foi a divisão em duas partes, creio que apenas um filme teria sido suficiente para fechar o ciclo, essa parte 2 foi a parte mais arrastada e anti-clímax do livro, mas o filme consegue te prender e eu jamais pensaria que um filme consegui-se ser melhor que o livro. Creio que os atores, roteiristas e o diretor foram a chave para esse grande sucesso.

Bonus: Adiciona no snapchat: aleexgilson ! lá tem flashes do filme, claro. Sem spoilers.

domingo, 27 de setembro de 2015

Resenha: Minha Metade Silenciosa.

Minha metade silenciosa/ Andrew Smith; tradução: Rodrigo Seabra. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2014.

Andrew Smith é autor de sete romances para jovens e coleciona diversos prêmios e elogios pela critica. Nasceu na Califórnia e, no ensino médio, descobriu que queria ser escritor. Depois de graduar-se em Ciências Politicas, Jornalismo e Letras, experimentou a carreira jornalistica, mas percebeu que aquele não era o tipo de escrita que havia sonhado fazer. Passou grande parte da juventude viajando pelo mundo e fazendo diferentes trabalhos. Ao se estabelecer no Sul de Califórnia, foi professor de adolescentes em situações de risco, o que o inspirou em seus textos, já que nunca parou de escrever. Incentivado por um amigo escritor, publicou em 2008 seu primeiro romance, Ghost Medicine, indicado como um dos melhores livros do ano para jovens adultos. Ele vive atualmente nas montanhas perto de Los Angeles com sua esposa, seus dois filhos adolescentes, dois cavalos, três cães, três gatos e um lagarto arisco.

Andrew Smith nos apresenta um romance poético narrado através dos pensamentos e aspirações de 'palito', como ele gosta de ser chamado, mas na verdade seu nome é Stark McClellan. Palito mora com os pais e o irmão em Washington, ele nasceu com uma deformidade auricular e sofre 'bullying' por isso. Além de vivenciar o próprio bullying dentro de casa, com país rígidos e conservadores. Palito enfrenta as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto com um agravante: Se achar uma ABERRAÇÃO. O garoto tem na amizade com seu irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem. 

Entretanto, um episódio denso faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir da ira do pai, Bosten se vê obrigado a ir embora de casa e some no mundo e eis que começa a aventura de Palito em busca de seu grande amigo. Andrew Smith conseguiu com grandes ressalvas retratar um adolescente vivendo suas adversidades e conhecendo a si mesmo, a construção e diagramação do livro é um ponto forte a qual nunca havia sido apresentado, Smith também consegue tratar temas denso como drogas e abuso sexual, além de colocar no caminho de Palito personagens positivos que dão a ele o apoio ao qual ele desesperadamente precisa.

Alex Gilson,
Acadêmico de Jornalismo

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A vingança da Maré #Resenha

Vingança da Maré/Haynes, Elizabeth; tradução: Mauro Pinho. - 1 ed.- Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. 288p; 23 cm.

Elizabeth Haynes foi criada em Sussex, na Inglaterra. Trabalha como consultora para o serviço de informações confidenciais da polícia e vive em Kent com o marido e o filho. Vingança da Maré é seu segundo livro.

Confesso que quando li a sinopse pensei que seria mais livro cheio de clichês e um enredo previsível, entretanto Elizabeth consegue nos mostrar um intenso thriller psicológico com pitadas de suspense e mistério.

O livro é narrado em primeira pessoa, onde nos é apresentada Genevieve uma bem sucedida executiva que tem um grande sonho, morar em um barco. Para realizar esse sonho, depois do seu serviço diurno ela começa a trabalhar como dançarina em uma boate, eis que ela consegue comprar o tão sonhado barco e decidi comemorar com uma festa de inauguração, mas um corpo encontrado próximo de seu barco vai torna seu sonho em pesadelo. O enredo faz retomadas entre o presente e o passado como se fosse ‘flashback’. Ainda nos apresenta um lado obscuro como assédio sexual, drogas, tentativa de estupro, etc. 

Um ponto forte no livro de Haynes é a maneira como ela conseguiu explorar o feminismo, Genevieve nos encanta simplesmente por fugir dos padrões da mocinha indefesa e sofredora. Ela é decidida, determinada e muito focada. Além das críticas apresentadas na falta de igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

O dinamismo e a escrita de Haynes te prende e faz querer você  devorar cada página, ela é bem contudente com a realidade e as tensões ocorridas do livro são realmente humanizadas, reais. Você imagina realmente que aquele fato está acontecendo. O final do livro foi simples, mas aceitável. Afinal, nem tudo se resume a um grande clímax. 

Alex Gilson,
Acadêmico de Jornalismo




segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Considerações sobre a Bienal.

Olá Galerinha! Desculpe minha ausência... Ando meio sem tempo, mas vou tentar deixar o blog atualizado para vocês. Hoje vou relatar sobre a minha primeira Bienal! (isso mesmo, primeira) e vou pontuar alguns pontos positivos e negativos (sim, a Bienal não é tudo perfeito como vemos nos vídeos dos booktubes).

A Organização está de parabéns. Na Bienal os estandes estão organizados por pavilhões que são dividos entre laranja, azul e verde. Entretanto, há um ponto negativo nessa organização, o excesso de filas que são muitas vezes desnecessárias. 

O pavilhão Azul é o melhor de todos lá estão concentradas as melhores editoras e algumas merecem ressalvas pelos bons descontos, claro tenho que citar a Intrínseca que foi o melhor estande que visitei, tinha lá seus preços absurdos, mas era a com melhores promoções, outro estande também que merece ser citado é o da Gutenberg que tinha ótimos descontos.

Outros nem descontos tinham e estavam com preços abusivos, não vou citar nomes... Mas as editoras tem nome de ‘empresas de Tv’, mas elas não eram a únicas. Deixando bem claro! E outras tinha estantes com placas escritas promoções e não tinha os preços catalogados. 

O Riocentro é um local com péssima localização, é escondido e fica bem claro que ele privilegia quem tem carro, já os usuarios do transporte público tem necessidade de pegar dois a três ônibus para chegar no destino. Outro ponto é o preços dos ingressos qual o sentido de pagar esse valor? Já que as editoras pagam pelo local (e não é barato) onde é investido esse valor? O preço é simbolico, mas esse questionamento partiu de um senhor no meio da fila. Parei para ouvi-lo e digo o que ele disse fez sentido.

Outro ponto da Bienal, foi uma briga! Isso mesmo, você esperaria isso no Rock in Rio, show da Valesca, etc. Mas não isso aconteceu na Bienal ehhehehe;

Contudo, visite a Bienal lá é incrivelmente bom e estou programando mais uma visitinha, tenho que comprar mais livros.