Half bad/ Sally Green; tradução:
Edmundo Barreiros. – 1. Ed.- Rio de Janeiro: Intrínseca,2014.
Sally
Green mora em Warrington, noroeste da Inglaterra, com marido e filho. Estudou
Geologia e teve vários empregos até que em 2010, decidiu investir na carreira
de escritora, teve um primeiro romance recusado, mas teve êxito com Half Bad, primeiro romance de uma trilogia
que acompanha ‘half wild’ e ‘half lost’.
Sally
nos mostra que é possível sim, ainda escrever sobre o universo mágico dos
bruxos, no livro a autora explora um outro lado da magia, sem varinhas ou
coisas do tipo. Ela nos mostra um ambiente voltado mais para os rituais pagãos até
notamos certa semelhança com a religião wicca
na história. Nathan é o personagem principal da história, sendo construída em
enredos alineares, somos apresentados ao protagonista preso em uma jaula.
A
escrita da autora é muito dinâmica e prende o leitor, confesso que há alguns
detalhes que incomodam em sua escrita, ela utiliza na narrativa primeira e
terceira pessoa, para leitura jovem adulto, primaria em apenas uma linha, pois
se não bastasse esse jogo nas narrativas o livro é alinear, causa certa
confusão, algumas vezes tive que volta para pode me situar, talvez se o livro
seguisse um enredo linear, casaria perfeitamente esse jogo de primeira e
terceira pessoa.
O
enredo nos mostra uma Inglaterra, onde humanos e bruxos vivem em harmonia,
entretanto são classificados entre bruxos de luz e bruxos das sombras, já os
humanos são simplesmente ‘felíxes’. Nathan foge à regra sendo um ‘meio-código’,
filho do bruxo mais poderoso das sombras Marcus com uma bruxa de luz.
Nathan
vive com a avó e com seus meios-irmãos, a mãe suicidou-se, pois vivia um romance
proibido com Marcus, bruxos das sombras são tidos como ‘maus’ e perseguidos por
caçadores a mando do conselho dos bruxos da luz. Nathan é hostilizado, pelo
fato de ser um meio-código, ainda sofre com o preconceito dentro do seio da
família, sua meia-irmã Jessica é totalmente agressiva com ele, mas seu outro
meio-irmão Arran é seu grande amigo e companheiro.
A
construção da relação entre Arran e Nathan me incomodou um pouco, pela
descrição que Nathan dizia da relação deles, transparece que eles vivem um romance incesto, no começo nota-se
apenas que Arran toma para si a responsabilidade com Nathan, mas com o decorrer
dos capítulos, ocorre situações meio romanceadas entre os dois.
Nathan
é um personagem que te cativa pelo simples fato dele ser ‘humano’, ele não é o
todo poderoso, é apenas uma criança que vai amadurecendo até alcançar o ápice de
sua vida que é torna-se ‘bruxo’, esse ritual acontece aos dezessete anos, o
leitor acompanha esse crescimento com ele, você percebe o começo dele, infantil
e depois o quanto ele evoluiu. Sally insere muitos personagens na história,
eles surgem de maneira aleatória.
Com
o desenvolvimento da história, você consegue identificar os papeis de cada um e
ver que eles não estão avulsos. Há romance também, outro ponto positivo na obra
de Sally, o romance entre Nathan e Analisse é interessante de acompanhar, pelo
simples fato de não ser clichê. Em linhas gerais, Sally constrói uma história
intensa sobre intolerância e racismo.
Alex Gilson,
Acadêmico de Jornalismo
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